Um alto funcionário de saúde pública nos Estados Unidos, conhecido por seu papel crucial na aprovação rigorosa de vacinas pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), renunciou repentinamente. A decisão foi tomada após alegações de desinformação por parte do secretário de saúde Robert F. Kennedy Jr. Dr. Peter Marks, que liderava o departamento de vacinas da FDA, expressou preocupação sobre a erosão da confiança pública em vacinas bem estabelecidas. A sua saída ocorre em meio a rumores de mudanças no sistema regulatório da agência, com potenciais impactos para a segurança pública.
O renomado oficial de saúde pública, Dr. Peter Marks, ocupava um cargo central na supervisão das aprovações de vacinas desde 2012. Ele foi elogiado anteriormente pelo ex-presidente Donald Trump por seu trabalho no projeto Operation Warp Speed, responsável pelo desenvolvimento acelerado e distribuição das vacinas contra a Covid-19. No entanto, relatos indicam que Marks recebeu ordens de renunciar ou ser demitido por um oficial do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). Optando pela primeira alternativa, ele criticou publicamente Kennedy em uma carta de demissão.
A crítica mais contundente veio diretamente da própria carta de Marks, onde ele acusou Kennedy de preferir "submissão" à confirmação de suas próprias narrativas equivocadas, em vez de promover transparência e verdade científica. Em seu texto, Marks alertou sobre os riscos associados à mineração da confiança pública em vacinas amplamente reconhecidas como seguras e eficazes. Ele enfatizou que décadas de padrões elevados de qualidade e segurança estão sendo colocadas em risco.
Adicionalmente, surgiram preocupações sobre a influência crescente de figuras céticas às vacinas dentro do HHS. Relatórios sugerem que Kennedy está considerando David Geier, um notório crítico das vacinas, para liderar estudos relacionados ao autismo. Essa escolha tem gerado alarme entre especialistas, já que conexões entre vacinas e autismo foram amplamente refutadas pela comunidade científica global.
Kennedy, embora afirme não ser anti-vacina, tem longamente questionado a segurança e eficácia dessas intervenções médicas. Durante sua confirmação, ele garantiu aos legisladores republicanos que respeitaria o sistema atual de aprovação da FDA, aparentemente contradizendo suas ações recentes. Após a saída de Marks, um representante do HHS justificou a decisão dizendo que aqueles que se opõem à "restauração da ciência aos seus padrões dourados" não têm lugar sob a nova liderança.
A partida de Marks coincide com outras medidas controversas do governo Trump, incluindo a demissão de 10 mil funcionários do HHS. Enquanto isso, Kennedy mencionou resistência interna no departamento, citando burocratas obstinados e acesso restrito a bases de dados essenciais. Apesar disso, especialistas temem que as novas políticas possam ameaçar a autorização de vacinas fundamentais, como as contra a Covid-19, colocando em risco milhões de vidas americanas.