O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a Smithsonian Institution de promover uma "ideologia divisiva baseada em raça" e emitiu uma ordem executiva exigindo o fim do financiamento federal para exposições e programas que abordam temas raciais considerados divisivos. Intitulada "Restaurando Verdade e Sanidade na História Americana", a ordem direciona o vice-presidente JD Vance a remover essa suposta ideologia inadequada das 19 instituições museológicas e do Zoológico Nacional em Washington D.C., além de revisar monumentos públicos removidos ou alterados desde 2020. A medida busca reescrever narrativas históricas objetivas e restaurar estátuas que representavam líderes confederados, vistas como celebrações da história racista do país.
Análise Detalhada da Controvérsia no Contexto Cultural
No outono marcado por debates sobre identidade e história, o governo Trump lançou uma nova ofensiva cultural ao questionar as práticas educacionais e expositivas de algumas das mais prestigiadas instituições culturais americanas. Localizada em Washington D.C., a Smithsonian Institution tornou-se foco de atenção com alegações de que suas exposições estariam promovendo uma visão fragmentada da sociedade americana. Sob a liderança de figuras políticas como JD Vance e Russell Vought, foi ordenada uma revisão rigorosa das atividades realizadas pelos museus, incluindo mostras específicas como "The Shape of Power: Stories of Race and American Sculpture". Essa exposição explora pela primeira vez como a escultura moldou percepções sobre raça nos EUA.
Além disso, a ordem menciona planos futuros do Museu Nacional de História das Mulheres Americanas, cujas propostas teriam celebrado atletas não binários ou transgêneros. O impacto dessa decisão pode ser sentido em múltiplas áreas, especialmente em museus dedicados à cultura afro-americana, onde histórias sobre escravidão e figuras como Mary McLeod Bethune são centrais. Desde janeiro, outras medidas anteriores já haviam influenciado negativamente essas iniciativas, como a dissolução dos escritórios de diversidade dentro da Smithsonian Institution.
Como observador, esta situação reflete um embate entre diferentes visões de preservação e interpretação da história nacional. Ao tentar moldar o discurso público sobre questões delicadas como raça e gênero, a administração Trump coloca em xeque a autonomia acadêmica e artística dessas instituições. Esse conflito ressalta a importância de manter espaços onde todas as vozes possam ser ouvidas e aprendidas sem censura. Afinal, compreender nossa história completa, em toda sua complexidade, é fundamental para construir uma nação verdadeiramente inclusiva e justa.