O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, apresentou uma proposta inovadora no domingo. Ele sugeriu a repatriação de detentos venezuelanos enviados ao seu país pelos Estados Unidos, em troca do libertamento de prisioneiros políticos mantidos pelo governo venezuelano. A proposta inclui não apenas figuras-chave da oposição venezuelana, mas também cidadãos estrangeiros presos injustamente na Venezuela. Desde março, o governo dos EUA tem transferido para El Salvador indivíduos acusados de vínculos com gangues como Tren de Aragua e MS-13. Essa decisão gerou tensões diplomáticas entre os países envolvidos.

No início deste ano, centenas de venezuelanos foram deportados para El Salvador, onde permanecem sob custódia. Em resposta, o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, exigiu sua imediata liberdade. O presidente Nicolás Maduro reagiu com veemência, acusando Bukele de participar de um "sequestro". A situação se complica ainda mais com a pressão internacional sobre Caracas para que liberte prisioneiros políticos, incluindo cerca de 68 estrangeiros ilegalmente encarcerados.

A crise política e humanitária na Venezuela continua sendo uma preocupação global. Na tentativa de obter vantagens estratégicas, Maduro busca renegociar sanções impostas pelos EUA. Por outro lado, Bukele enfatiza que todos os venezuelanos sob custódia em El Salvador estão ligados a operações contra gangues criminosas nos EUA.

Bukele declarou que enviará formalmente a correspondência detalhada do acordo proposto. Além disso, ele expressou solidariedade ao povo venezuelano em sua mensagem final. Por sua vez, Saab afirmou que o governo venezuelano solicitará informações completas sobre os detidos em El Salvador, incluindo provas de vida e relatórios médicos.

Este caso reflete a complexidade das relações internacionais e a necessidade de soluções pacíficas para crises humanitárias. A iniciativa de Bukele pode abrir caminho para diálogos mais amplos entre as partes envolvidas, promovendo justiça e paz em toda a região.