Funcionários do Instituto Americano de Paz (USIP) foram surpreendidos na última sexta-feira com notificações de demissão, como parte da reorganização administrativa promovida pela gestão Trump. Essa decisão ocorre em meio à revisão das funções dos Estados Unidos no cenário internacional e ao desmonte significativo de partes-chave do governo federal por meio do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Fundado durante o governo Reagan, o USIP tem como objetivo promover pesquisas, análises políticas, educação e treinamento sobre resolução de conflitos internacionais. Apesar de seu impacto positivo, a instituição agora enfrenta incertezas sobre seu futuro, incluindo questões relacionadas a seu endowment de quase 80 milhões de dólares.
A maioria dos funcionários da organização sem fins lucrativos recebeu notificações de rescisão na sexta-feira à noite, conforme relatado por uma fonte que pediu anonimato para proteger seu pacote de indenização. De acordo com essa fonte, todos os empregados receberam cartas pessoais informando o término imediato de seus contratos, com encerramento do seguro saúde em 31 de março. Além disso, os funcionários seriam pagos pelo trabalho realizado até sexta-feira, bem como pelos dias de férias restantes.
O presidente Donald Trump assinou um decreto executivo em fevereiro visando reduzir drasticamente o tamanho do governo federal, justificando-o como um esforço para aumentar a responsabilidade junto ao povo americano. Este movimento inclui o USIP, cujo site oficial foi retirado do ar recentemente. George Foote, ex-conselheiro do instituto, está atualmente envolvido em um processo legal para tentar impedir as demissões realizadas pelo DOGE, alegando sua ilegalidade.
Essa disputa judicial foi iniciada após agentes do DOGE, acompanhados pela polícia local, conseguirem acesso às instalações do USIP no início deste mês, depois de inicialmente terem sido barrados. Segundo Foote, todos os documentos pertinentes ao caso serão submetidos até 25 de abril, momento em que caberá ao juiz decidir ou convocar uma audiência para a semana de 28 de abril.
Embora as demissivas em massa tenham sido esperadas por alguns, ainda geraram desapontamento entre os membros da equipe. Um funcionário destacou a ironia de tal medida vinda de um presidente que deseja ser reconhecido como um "fazedores de paz". O USIP realiza trabalhos vitais em várias áreas, incluindo consultoria ao Conselho de Segurança Nacional sobre questões de política e estudos sobre minerais de conflito na África, além de combater a influência chinesa nesses recursos críticos.
Com isso, o futuro do instituto permanece incerto. Sua sede em Foggy Bottom, frequentemente alugada para eventos sociais, pode sofrer alterações significativas, assim como o destino de seu fundo de 80 milhões de dólares. Enquanto isso, a administração Trump defende a medida como uma forma de economizar dinheiro público, argumentando que os contribuintes não devem financiar institutos que falharam em alcançar a paz global.
Apesar das dificuldades, o legado do USIP continua vivo através de suas contribuições concretas para a construção da paz. Funcionários como Ginny Bouvier, cujo nome está inscrito em uma das cinco pombas esculpidas na entrada da sede, simbolizam o compromisso inabalável da instituição com causas globais. Seus esforços demonstram que o trabalho de paz é mais do que apenas um ideal – é uma necessidade fundamental para a segurança e prosperidade de todas as nações.