No início de abril, o primeiro-ministro canadense Mark Carney informou ao presidente norte-americano Donald Trump que seu país retaliaria contra medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos. Essa postura pode intensificar um conflito comercial já em andamento entre as nações. Durante uma conversa telefônica antes da implementação oficial das tarifas dos EUA, agendada para 2 de abril, Carney afirmou que o Canadá adotará contramedidas protecionistas. Apesar disso, ambas as partes demonstraram disposição para negociações futuras.
Em uma atmosfera tensa, mas construtiva, os líderes discutiram possíveis soluções para o impasse comercial. No dia 31 de março, Carney declarou que o Canadá aplicará tarifas retaliatórias sobre produtos americanos na semana seguinte. Essa decisão foi tomada em resposta às novas taxas alfandegárias anunciadas por Trump, que incluem automóveis e peças automotivas. Embora nenhum detalhe específico tenha sido revelado, ficou claro que o objetivo é defender os interesses econômicos e trabalhistas do Canadá.
Ao longo da história recente, o Canadá já respondeu a medidas semelhantes com retaliações significativas. Em 2025, por exemplo, após a imposição de tarifas de 25% sobre bens canadenses, Ottawa reagiu com tarifas equivalentes sobre importações americanas avaliadas em mais de $20 bilhões. Setores como laticínios, carnes, grãos e vestuário foram afetados. Além disso, Doug Ford, premier de Ontário, aumentou em 25% o custo da eletricidade exportada para estados americanos próximos, gerando preocupações sobre possíveis repercussões econômicas.
Trump, por sua vez, manteve um tom flexível, sugerindo que estaria aberto a acordos comerciais, mesmo após a entrada em vigor das tarifas. Ele também mencionou planos para anunciar tarifas farmacêuticas adicionais, destacando a necessidade de reduzir a dependência externa em medicamentos. O tom conciliatório adotado após a ligação telefônica contrasta com as trocas anteriores de ameaças entre as nações.
Enquanto isso, discussões ministeriais estão previstas para intensificar-se nas próximas semanas, visando resolver questões imediatas antes de avançar para negociações mais amplas após as eleições federais canadenses em 28 de abril.
Apesar das tentativas de diálogo, especialistas alertam que disputas comerciais deste tipo podem ter consequências negativas para ambos os lados, enfatizando que "ninguém sai vencedor em uma guerra comercial".
Do ponto de vista de um observador, este caso ilustra como a diplomacia econômica exige equilíbrio entre firmeza e cooperação. A habilidade de negociar compromissos mútuos é crucial para evitar danos prolongados às economias globais. Este cenário serve como lembrete da importância de manter relações comerciais baseadas em benefícios recíprocos e entendimento mútuo.