Um memorando confidencial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos foi revelado, indicando que o país não planeja oferecer assistência significativa à Europa em caso de uma ofensiva militar russa. Em vez disso, o foco estratégico está direcionado para conter possíveis ações chinesas em Taiwan e fortalecer a defesa nacional. O documento também sugere que os aliados da OTAN devem assumir um papel mais ativo na segurança regional europeia. Além disso, observa-se uma semelhança notável entre o conteúdo do memorando e relatórios produzidos por uma organização conservadora, destacando preocupações compartilhadas com a administração Trump sobre ameaças internacionais.
O memorando interno destaca uma mudança significativa nas prioridades militares americanas, colocando a contenção da China como foco primordial. Apesar de manter um compromisso nominal com a dissuasão nuclear em relação à Rússia, o texto enfatiza que qualquer apoio militar aos europeus será limitado às forças desnecessárias para outras operações prioritárias. Essa abordagem visa garantir que recursos cruciais sejam destinados à proteção nacional e ao enfrentamento de possíveis conflitos asiáticos.
O documento reconhece que os Estados Unidos não podem sustentar múltiplas frentes de combate simultaneamente. Portanto, recomenda que a OTAN aumente sua capacidade de autodefesa contra agressões russas. A estratégia busca assegurar que, mesmo em cenários onde os EUA estejam envolvidos em outros teatros de guerra, a aliança europeia seja capaz de deter ou repelir invasões sozinha. Isso implica um maior compartilhamento de responsabilidades dentro da OTAN, especialmente no contexto atual de incertezas geopolíticas.
Além das questões estratégicas globais, o memorando reflete preocupações específicas da administração Trump sobre a segurança hemisférica. Ele menciona a necessidade de proteger interesses americanos em áreas estratégicas como Gronelândia, Canal do Panamá e Cabo Horn. Essa ênfase reforça a ideia de uma política externa mais assertiva em regiões próximas aos Estados Unidos, sinalizando tensões crescentes com aliados como a Dinamarca.
O paralelo entre o memorando e publicações anteriores da Heritage Foundation evidencia uma colaboração tácita entre o governo e think tanks conservadores. Essa convergência de visões influencia diretamente as decisões de política externa e militar dos EUA. Ao mesmo tempo, a menção explícita à Gronelândia durante um discurso presidencial demonstra como questões territoriais estão sendo reconsideradas no contexto estratégico atual. Tal postura pode gerar atritos com países parceiros, como a Dinamarca, levantando dúvidas sobre a coesão da OTAN em tempos de desafios crescentes.