Um tremor de magnitude 7.7 sacudiu o centro de Mianmar no último dia 28 de março, desencadeando uma onda de destruição em toda a região sudeste asiática. O desastre deixou um saldo de pelo menos 150 mortos e centenas de feridos, exacerbando ainda mais a crise humanitária já enfrentada pelo país. Em Mandalay, segunda maior cidade do país, prédios históricos ruíram, incluindo um famoso mosteiro e o antigo palácio real. Além disso, colapsos estruturais foram registrados também na vizinha Tailândia, onde uma torre em construção desabou em Bangcoc.
O impacto do terremoto em Mianmar
Em um dia ensolarado de outono dourado, Mianmar foi abalado por um poderoso terremoto que teve seu epicentro próximo à cidade de Mandalay. O tremor, ocorrido pouco após o meio-dia, foi seguido por um segundo abalo significativo cerca de doze minutos depois. Esses eventos, classificados como “maior” e “forte”, respectivamente, pela Agência Geológica dos Estados Unidos (USGS), revelaram um cenário de destruição em grande parte da região central do país.
Mandalay, lar de aproximadamente 1,5 milhões de habitantes, sofreu danos substanciais em suas construções históricas e infraestrutura moderna. Entre os locais afetados estão edifícios icônicos, como um antigo mosteiro e o palácio real anteriormente ocupado pelos governantes birmaneses. Além disso, o colapso de uma ponte com quase um século de existência em Sagaing e a destruição parcial de viadutos próximos amplificaram o desespero entre os moradores.
A situação se complica ainda mais pelo contexto político atual de Mianmar, marcado por uma guerra civil desde o golpe militar de 2021. As restrições severas à internet dificultam a comunicação e a divulgação de informações sobre as vítimas e prejuízos totais. Reconhecendo a gravidade do incidente, a junta militar declarou estado de emergência em seis regiões, incluindo Mandalay e a capital Naypyidaw, solicitando auxílio internacional. A Organização das Nações Unidas mobilizou seus recursos para oferecer apoio imediato, enquanto o primeiro-ministro indiano Narendra Modi expressou solidariedade, prometendo assistência às áreas atingidas.
O desastre natural ocorreu em um momento delicado, quando Mianmar já enfrentava graves dificuldades humanitárias decorrentes de conflitos internos, tensões étnicas, insegurança alimentar e surtos de doenças. Mais de 3,5 milhões de pessoas fugiram do país nos últimos anos, refletindo a instabilidade generalizada.
De olho nas consequências deste evento devastador, fica evidente a necessidade urgente de cooperação global para aliviar o sofrimento da população afetada.
Como observador externo, este caso reforça a importância da preparação para desastres naturais, especialmente em regiões politicamente sensíveis. A resposta rápida da comunidade internacional demonstra que mesmo em contextos difíceis, esforços conjuntos podem fazer a diferença. No entanto, é crucial que essas iniciativas não apenas resolvam crises imediatas, mas também abordem questões estruturais que tornam populações vulneráveis frente a desafios futuros.