O governo dos Estados Unidos admitiu recentemente em um documento legal que deportou erroneamente um pai residente em Maryland para El Salvador, alegando ser incapaz de repatriá-lo devido à custódia das autoridades locais. Este incidente envolvendo Kilmar Armando Abrego Garcia, nacional salvadorenho com status protegido desde 2019, despertou atenção significativa sobre os processos administrativos da imigração americana. A remoção ocorreu apesar do conhecimento prévio das autoridades americanas sobre a ordem judicial que impedia sua deportação.
A história começa com Abrego Garcia, que fugiu da violência gangual em seu país natal há mais de uma década. Ele foi identificado por sua esposa em uma fotografia oficial divulgada pelo governo salvadorenho, mostrando prisioneiros entrando na prisão de alta segurança CECOT, em Tecoluca. Esta instituição tem sido usada para conter membros acusados de pertencer a facções criminosas. No contexto deste acordo entre EUA e El Salvador, Abrego Garcia foi incluído na lista de deportados supostamente ligados ao grupo MS-13.
Apesar das alegações de associação a gangs feitas pelas autoridades de imigração, seus advogados enfatizam que ele não possui qualquer vínculo com tais organizações criminosas. Segundo documentos legais, o nome de Abrego Garcia apareceu como alternativa na lista inicial de deportados, mas acabou sendo selecionado devido a cancelamentos de outros indivíduos. Um erro administrativo resultante omitiu o detalhe crucial de sua proteção contra deportação.
Robert Cerna, diretor interino do escritório de campo do ICE, reconheceu que a deportação ocorreu por engano, baseada em informações incorretas sobre sua afiliação a gangues e no suposto cumprimento de uma ordem final de remoção. Apesar do reconhecimento do erro, o governo agora argumenta que não pode recuperar Abrego Garcia porque ele está sob jurisdição salvadorenha, minimizando os riscos potenciais de tortura ou morte em CECOT.
Este caso destaca preocupações sobre falhas no sistema de deportação dos EUA e levanta questões importantes sobre a segurança jurídica de imigrantes protegidos. As repercussões desse incidente podem influenciar futuras políticas migratórias e aumentar a pressão para revisar procedimentos atuais. O futuro de Abrego Garcia permanece incerto enquanto as complexidades diplomáticas e legais continuam sendo navegadas por ambos os governos envolvidos.