Um juiz federal ordenou que a administração Trump repatriasse um homem do Maryland que foi deportado erroneamente para uma prisão em El Salvador. Kilmar Abergo Garcia, deportado junto com centenas de supostos membros de gangues no mês passado, deve ser trazido de volta aos Estados Unidos até o prazo estabelecido na segunda-feira, conforme determinado pela juíza distrital Paula Xinis. A deportação foi reconhecida como um erro administrativo pelo ICE (Agência de Imigração e Alfândegas dos EUA), embora García tenha recebido proteção legal contra deportação em 2019. O caso gerou controvérsia, especialmente porque García nunca foi acusado formalmente de crime em nenhum país.
No contexto de um outono político carregado nos Estados Unidos, um desenrolar jurídico complexo envolvendo Kilmar Abergo Garcia chamou atenção nacional. Em março, Garcia foi deportado ao lado de outros supostos membros de gangues, apesar de ter sido concedida a ele uma ordem judicial que proibia sua expulsão. A juíza Paula Xinis qualificou a deportação como “um ato ilegal”, reiterando que o Congresso havia deixado claro que tal procedimento não poderia ocorrer. Enquanto advogados do governo argumentavam que era impossível reverter a deportação, já que Garcia estava sob custódia salvadorenha, os defensores dele acusaram a administração de negligência e falta de esforço real para corrigir o equívoco.
A família de Garcia, incluindo sua esposa Jennifer Vasquez Sura, cidadã americana, tem exigido sua liberdade desde a deportação. Vasquez Sura relatou que não conseguiu falar com seu marido desde que ele foi levado pelas autoridades americanas.
O caso despertou indignação entre grupos de direitos humanos e imigratórios, que expressaram preocupações sobre as políticas recentes de deportação da administração Trump, muitas vezes afetando pessoas que residem legalmente nos Estados Unidos.
De El Salvador à capital americana, este episódio evidencia tensões crescentes em torno das práticas migratórias e da necessidade de maior precisão nas decisões administrativas.
Como jornalista acompanhando este caso, é impossível ignorar a importância de garantir justiça e transparência no sistema de imigração. Este incidente sublinha a vulnerabilidade enfrentada por indivíduos cujas vidas podem ser drasticamente alteradas por erros burocráticos. Reflete também a responsabilidade das instituições governamentais em respeitar as leis e proteger aqueles que vivem dentro delas, independentemente de sua nacionalidade ou status migratório. É crucial que casos como esse inspirem mudanças sistêmicas para evitar repetições no futuro.