A Inspectoria-Geral do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD) iniciou uma investigação para analisar o uso do aplicativo de mensagens criptografadas Signal pelo secretário do Pentágono, Pete Hegseth. O caso surgiu após denúncias de que informações extremamente precisas e possivelmente classificadas sobre ataques aéreos iminentes nos EUA no Iêmen foram compartilhadas em um grupo do Signal que incluía um jornalista. Essa situação levantou preocupações significativas sobre a segurança das comunicações militares e o cumprimento das normas de classificação e retenção de registros.
O foco da investigação será determinar até que ponto o Secretário de Defesa e outros funcionários do DOD respeitaram as políticas e procedimentos do departamento ao utilizarem aplicativos comerciais de mensagens para assuntos oficiais. De acordo com um memorando emitido pelo inspetor-geral interino do Pentágono, Steve Stebbins, o uso inadequado dessas plataformas pode comprometer a proteção de dados confidenciais. Além disso, há indícios de que funcionalidades como temporizadores configurados no canal podem ter violado requisitos legais relacionados à preservação de registros importantes.
O debate sobre essa questão ganha contornos éticos e operacionais relevantes. A inclusão de um jornalista renomado, Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista Atlantic, em conversas sobre operações militares sensíveis no Iêmen evidencia potenciais falhas na gestão de informações confidenciais. Especialistas afirmam que detalhes específicos compartilhados antes da execução das operações, como horários de lançamento de aviões F-18 e lançamentos de mísseis Tomahawk, geralmente são tratados como segredos de nível elevado. A própria terminologia usada por Hegseth, referindo-se à "segurança operacional", sugere conscientização sobre a delicadeza dessas mensagens.
O escrutínio conduzido pela Inspectoria-Geral ocorrerá tanto em Washington quanto na sede do Comando Central dos EUA, localizada em Tampa, Flórida. Este caso reforça a importância de garantir que tecnologias modernas sejam empregadas dentro de parâmetros rigorosos de segurança nacional. Ele também destaca a necessidade de manter canais de comunicação transparentes, mas estritamente controlados, para evitar vazamentos acidentais ou intencionais de informações cruciais que possam comprometer missões militares e colocar vidas em risco.