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Da Infância em Buenos Aires ao Papado: A Jornada de Jorge Bergoglio
2025-04-22

Em 2013, o mundo testemunhou a ascensão de um argentino inesperado ao papado. Quando o nome de Bergoglio foi anunciado, Oscar Crespo, amigo de infância, ficou pasmo. Este evento transformador revelou não apenas uma nova figura religiosa, mas também a história de um homem que cresceu em Flores, bairro da classe média de Buenos Aires. Desde sua juventude até seu papel como líder espiritual global, a vida de Jorge Bergoglio reflete simplicidade, humildade e compromisso com os marginalizados.

Nascido em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes italianos, Bergoglio teve uma infância típica na Argentina. Jogava futebol com amigos no bairro e frequentava festas familiares. Sua paixão pelo time San Lorenzo perdurou mesmo após se tornar papa. Amigos próximos, como Crespo, recordam-no como alguém apaixonado por literatura, música e dança. Aos 12 anos, ele chegou a ter uma namorada chamada Amalia Damonte, com quem trocou cartas infantis. No entanto, sua vocação para o sacerdócio levou-o à ordem jesuíta em 1958.

Como arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio escolheu uma vida austera, rejeitando luxos tradicionais. Ele optou por viver em um apartamento simples, usar transporte público e cozinhar suas próprias refeições. Suas visitas regulares às "villas", ou áreas de favela, demonstraram seu desejo de estar próximo aos necessitados. Segundo Crespo, Bergoglio sempre enfatizou que sua missão era servir às pessoas, especialmente as mais vulneráveis.

A jornalista Elisabetta Piqué, autora de "Papa Francisco: Vida e Revolução", descreve Bergoglio como um arcebispo moderado e acessível. Ela lembra sua primeira entrevista com ele em Roma, onde percebeu um homem aberto e disposto a discutir qualquer assunto. Após sua eleição ao papado, Francisco manteve sua abordagem inovadora, recusando-se a residir nos aposentos papais e preferindo o alojamento Casa Santa Marta. Seu legado inclui uma igreja inclusiva, dirigida a todos, particularmente aos pecadores e marginalizados.

O teólogo Emilce Cuda destacou o humor estratégico de Francisco como instrumento para navegar pelos desafios do Vaticano. Maria Elena, irmã de Bergoglio, afirmou que seu senso de humor era parte essencial de sua personalidade desde cedo. Apesar de sua inteligência notável, ninguém previu que ele se tornaria papa. Mesmo após assumir o papado, Francisco manteve laços com seus antigos amigos, como evidenciado pela ligação telefônica surpreendente feita a Crespo em 2013.

Desde seu início na pequena Flores até sua posição como líder espiritual global, Jorge Bergoglio personifica uma trajetória marcada por simplicidade e serviço. Sua abordagem inclusiva e sua conexão genuína com as pessoas continuam sendo um exemplo inspirador para milhões ao redor do mundo. Francisco trouxe uma nova dimensão à liderança da Igreja Católica, sempre lembrando suas raízes e permanecendo fiel aos valores que cultivou desde a infância.

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