Foram divulgadas aproximadamente 10 mil páginas de registros relacionados ao assassinato de Robert F. Kennedy em 1968, incluindo anotações manuscritas do assassino, que revelavam uma obsessão por eliminar o senador dos Estados Unidos e candidato presidencial democrata. Essa divulgação faz parte da ordem de Donald Trump para revelar segredos nacionais após seu segundo mandato. Um mês antes, documentos inéditos sobre o assassinato de John F. Kennedy em 1963 também foram liberados. Embora as novas informações forneçam mais detalhes sobre operações clandestinas da era da Guerra Fria, elas não confirmaram teorias conspiratórias amplamente difundidas. O caso de Robert Kennedy continua cercado de mistérios, com o assassino Sirhan Sirhan ainda cumprindo pena perpétua.
Ao longo das décadas, surgiram depoimentos variados sobre Sirhan Sirhan, retratando-o como tanto um jovem amigável quanto alguém profundamente envolvido em suas convicções políticas. As notas manuscritas do assassino revelam pensamentos sombrios e uma determinação implacável para matar Kennedy. Além disso, a recente liberação trouxe à tona entrevistas com pessoas próximas a Sirhan, bem como rumores antigos sobre tentativas de assassinato contra Kennedy. Esses arquivos lançam luz sobre possíveis conexões e motivações, alimentando debates contínuos sobre transparência governamental.
O conteúdo das anotações manuscritas de Sirhan Sirhan oferece uma janela única para entender sua mentalidade antes do atentado fatal contra Robert F. Kennedy. Ele expressou repetidamente a ideia de que Kennedy precisava ser "eliminado", similar ao destino de seu irmão, John F. Kennedy. Essas palavras foram escritas em envelopes vazios e cadernos escolares, destacando uma crescente obsessão política e pessoal. Além disso, Sirhan demonstrou simpatia por movimentos anti-governamentais e declarou apoio a nações comunistas.
As notas detalham como Sirhan transformou suas convicções políticas em uma decisão mortal. Em uma anotação datada de maio de 1968, ele descreve sua determinação como algo cada vez mais "irreversível". Suas palavras indicam uma mistura complexa de frustração política, idealismo extremado e isolamento social. Ele mencionou planos vagos para agir contra figuras políticas importantes, incluindo o presidente Lyndon Johnson. Esses registros fornecem evidências claras de como Sirhan via o mundo e justificava suas ações, mesmo que seus motivos permaneçam debatidos até hoje.
Os arquivos também incluem uma série de testemunhos de pessoas que conheceram Sirhan em diferentes contextos, desde colegas de classe até vizinhos e colegas de trabalho. Alguns descrevem-no como uma pessoa gentil e amigável, enquanto outros o veem como alguém reservado e facilmente influenciável. Um coletor de lixo relatou que Sirhan mencionou planos de assassinar Kennedy pouco depois do assassinato de Martin Luther King Jr., mostrando uma conexão entre eventos políticos e sua tomada de decisão. Outros relatos incluem rumores ouvidos por turistas durante visitas a Israel, onde guias locais falaram erroneamente sobre supostos ataques a Kennedy.
Esses testemunhos reforçam a complexidade da personalidade de Sirhan e como ela foi interpretada por diferentes grupos sociais. Enquanto alguns viam nele um jovem politizado, outros percebiam sinais de alienação e radicalização. Os rumores registrados nos documentos refletem como notícias falsas podem circular rapidamente, especialmente em tempos de tensão política. A combinação dessas perspectivas ajuda a construir um perfil mais completo de Sirhan, embora ainda existam lacunas significativas em sua história. Essa nova luz lançada pelos arquivos pode inspirar investigações futuras e debates sobre transparência e responsabilidade governamental.