O presidente Donald Trump tem utilizado ordens executivas para perseguir escritórios de advocacia que desafiaram sua administração, uma decisão que especialistas em direito constitucional consideram como uma tentativa de reprimir a dissidência. Nos últimos dias, Trump suspendeu as autorizações de segurança de duas grandes firmas que atuaram contra seu governo no primeiro mandato e ordenou investigações contra outras acusadas de promover litígios "frívolos". Especialistas jurídicos argumentam que tais medidas violam os direitos à liberdade de expressão e ao acesso a advogados.

Ao longo de sua presidência, Trump lançou ataques sistemáticos contra alguns dos maiores escritórios de advocacia dos Estados Unidos, incluindo Perkins Coie, Covington & Burling e outros com ligações a oponentes políticos. Essa abordagem gerou preocupação sobre a independência da profissão jurídica e criou um impacto amedrontador entre advogados que avaliam se devem assumir casos contra o governo.

Em resposta, algumas firmas decidiram recorrer judicialmente contra essas ordens executivas. No entanto, Paul Weiss chegou a um acordo controverso com a administração, comprometendo-se a fornecer serviços legais gratuitos no valor de $40 milhões em troca da revogação de uma ordem específica. Esse movimento foi amplamente criticado dentro do meio jurídico.

Outros advogados individuais também foram afetados diretamente pelas ações de Trump, como Mark Zaid, que teve suas credenciais de segurança retiradas. Ele relatou que algumas firmas agora hesitam em assumir casos que possam irritar o presidente, embora isso tenha fortalecido outros profissionais que decidiram resistir.

Por fim, especialistas alertam que essas práticas podem ter consequências duradouras para o sistema legal norte-americano, especialmente no campo de imigração, onde há preocupações sobre o aumento das investigações contra advogados que representam requerentes de asilo.

O caso demonstra como as estratégias adotadas por Trump não apenas visam punir adversários diretos, mas também moldar o comportamento de toda a comunidade jurídica. Ainda assim, muitos profissionais permanecem determinados a defender seus princípios frente às pressões impostas pelo governo.