As relações entre a Índia e o Paquistão atingiram um nível crítico após um ataque armado em Caxemira, administrada pela Índia, que resultou na morte de 26 pessoas. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu perseguir os responsáveis por este ato extremista "até os confins da terra". A tensão aumentou ainda mais quando a Índia acusou o Paquistão de estar envolvido no incidente, ligando-o a um grupo chamado Kashmir Resistance. Em resposta, o Paquistão negou qualquer participação e advertiu que consideraria qualquer retenção de água pelo lado indiano como um "ato de guerra". Ambos os países tomaram medidas diplomáticas severas, incluindo expulsões de diplomatas e suspensão de tratados históricos.
O incidente ocorreu em um local turístico em Pahalgam, onde turistas foram alvejados por atiradores armados. Testemunhas relataram que os agressores questionavam as vítimas sobre sua religião antes de cometer o ato. Este atentado foi o mais mortal contra civis na região desde o ano 2000. A Índia atribuiu a culpa ao Paquistão após um grupo assumir a responsabilidade através do Telegram, sendo visto por Nova Délhi como uma fachada para grupos militantes apoiados pelo exército paquistanês.
A escalada das tensões levou a Índia a anunciar uma série de medidas retaliatórias contra o Paquistão. Entre elas, está a expulsão de diplomatas paquistaneses, o fechamento de um posto de fronteira e, crucialmente, a suspensão temporária do Tratado dos Rios Indo de 1960. Este tratado divide seis rios principais entre os dois países e garante o fluxo contínuo de água destinada ao Paquistão, que depende fortemente desses recursos para sua agricultura.
Em resposta às ações indianas, o Paquistão anunciou uma proibição de aviões indianos em seu espaço aéreo, além de interromper todo o comércio bilateral e reduzir drasticamente o número de funcionários em suas missões diplomáticas. O governo paquistanês também alertou que considerará qualquer tentativa de bloquear ou desviar a água como um ato hostil, prometendo responder com todas as suas capacidades estratégicas.
Enquanto isso, especialistas em defesa da Índia debatem se medidas militares diretas seriam apropriadas. Ajai Shukla, comentarista de assuntos estratégicos e coronel reformado do exército indiano, argumenta que embora a Índia tenha maior liberdade para agir unilateralmente, ela enfrenta limitações significativas em termos de alianças e acesso a tecnologia militar avançada.
No contexto econômico e ambiental, há preocupações crescentes no Paquistão sobre o impacto potencial da suspensão do tratado de compartilhamento de águas. Analistas sugerem que a Índia pode não apenas restringir a comunicação sobre o fluxo de água, mas também construir barragens que afetariam diretamente o abastecimento hídrico paquistanês. Apesar disso, vozes moderadas em ambos os lados enfatizam a necessidade de abordar o conflito de forma cooperativa, respeitando o histórico de cooperação passada.
A situação continua tensa, com ambos os países nuclearizados adotando posturas duras enquanto equilibram as consequências de suas decisões políticas e estratégicas. O futuro da relação entre Índia e Paquistão parece incerto, especialmente à luz da complexidade histórica e geográfica que cerca a disputa por Caxemira e seus recursos vitais.