O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e sua esposa visitarão uma base militar americana na Groelândia nesta sexta-feira. A visita foi reestruturada após protestos por parte dos groenlandeses e dinamarqueses, que se irritaram com o fato de a agenda original ter sido planejada sem consultá-los. Este ajuste ocorre em meio a tensões crescentes entre os EUA e a Dinamarca, impulsionadas pelas declarações repetidas do presidente Donald Trump sobre a possibilidade de controle norte-americano sobre o território mineralmente rico da Groelândia.
A viagem revisada limita-se a um único dia no posto da Força Espacial dos EUA em Pituffik, localizado na costa noroeste da Groelândia. Esse itinerário reduz riscos diplomáticos e minimiza a chance de encontros com residentes descontentes com as propostas de anexação feitas por Trump. Originalmente programada para durar três dias, a visita gerou “pressão inaceitável”, conforme declarado pela primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen.
Inicialmente, Usha Vance havia anunciado uma viagem individual para participar da corrida de trenós puxados por cães Avannaata Qimussersu em Sisimiut. No entanto, após protestos tanto da Groelândia quanto da Dinamarca, o roteiro foi alterado novamente para incluir apenas uma breve visita conjunta ao local militar.
Trump manteve suas intenções de controle sobre a Groelândia durante entrevista recente, sugerindo que seria necessário convencer os habitantes locais. O território ganha importância estratégica global à medida que China e Rússia demonstram interesse em seus recursos naturais e rotas marítimas.
Vance tem criticado abertamente aliados europeus tradicionais pelo uso excessivo do apoio militar estadunidense, provocando preocupações sobre a confiabilidade dos EUA como parceiro. Enquanto isso, manifestantes contra os planos de Trump organizam um protesto em frente à embaixada americana em Copenhague neste sábado.
A reformulação desta visita ilustra claramente as complexidades das relações internacionais modernas, onde interesses econômicos, políticos e militares frequentemente colidem, moldando as interações entre nações e levantando questões cruciais sobre soberania e cooperação.