O presidente Donald Trump implementou políticas que elevaram as tarifas de importação dos EUA ao nível mais alto em mais de um século. Analistas estimam que a taxa média ponderada de tarifas nos EUA pode chegar a 27%, superando os 20% estabelecidos pela Lei Smoot-Hawley de 1930, conhecida por contribuir para a Grande Depressão. A plena repercussão econômica dessas novas taxas dependerá de sua duração e da possibilidade de retaliações internacionais.
As recentes decisões do governo Trump sobre tarifas geraram uma revisão histórica no cenário comercial dos Estados Unidos. Segundo especialistas, como Sarah Bianchi da Evercore ISI, essas medidas elevaram significativamente a taxa média de tarifas aplicadas pelo país. Comparando com a era da Lei Smoot-Hawley, ficou evidente que o impacto atual pode ser ainda maior, considerando a complexidade das relações comerciais modernas.
A análise detalhada revela que a introdução de uma tarifa base de 10% somada às taxas específicas por país criou um panorama único na política comercial norte-americana. Países com grandes déficits comerciais, como a China, enfrentam tarifas substancialmente maiores. Essas mudanças não apenas afetam o fluxo global de mercadorias, mas também reforçam tensões entre nações. A perspectiva é que essas tarifas aumentem gradualmente conforme outras medidas setoriais sejam adicionadas, potencialmente levando a uma escalada ainda maior.
Embora as tarifas estejam sendo justificadas como mecanismos para proteger a economia nacional, especialistas alertam sobre seus efeitos adversos. Se mantidas por longos períodos ou acompanhadas de retaliações internacionais, elas podem desencadear uma recessão tanto nos EUA quanto no cenário global. Nora Szentivanyi, economista global do JPMorgan, destacou esse risco em suas previsões econômicas para o ano.
O impacto econômico será moldado por variáveis como a duração das tarifas e a postura de parceiros comerciais. Caso essas nações optem por retaliar com suas próprias tarifas, o ciclo pode intensificar-se, prejudicando indústrias sensíveis como tecnologia e farmacêutica. Além disso, há expectativa de que ajustes nas políticas comerciais estrangeiras poderiam levar à redução dessas tarifas diferenciadas. No entanto, enquanto persistirem, as implicações econômicas continuarão sendo objeto de preocupação entre analistas e líderes globais.