O tribunal constitucional sul-coreano tomou uma decisão histórica ao confirmar o impeachment do ex-presidente Yoon Suk Yeol, marcando um momento crucial na política nacional. Este evento desencadeou uma série de reações tanto entre apoiadores quanto opositores, refletindo a crescente polarização no país. A decisão também impacta a economia e estabilidade regional em meio à incerteza global.
A remoção de Yoon do cargo foi precedida por uma tentativa fracassada de impor lei marcial, levando a uma crise política sem precedentes desde a transição para a democracia nos anos 80. O veredicto unânime do tribunal constitucional destacou violações graves dos princípios democráticos pelo ex-líder, incluindo o uso indevido das forças armadas contra instituições constitucionais.
Yoon justificou suas ações afirmando ser necessário alertar sobre o "mal" da oposição de esquerda. No entanto, o tribunal revelou que ele ordenou tropas a invadirem o parlamento e monitoraram líderes políticos antes de prendê-los. Essas medidas foram vistas como ameaças diretas às liberdades fundamentais e ao funcionamento adequado das instituições. Além disso, militares inspecionaram ilegalmente sistemas computacionais do comitê eleitoral e rastrearam membros do judiciário, ampliando as acusações de abuso de poder.
A decisão gerou celebrações entre manifestantes anti-Yoon, enquanto simpatizantes do ex-presidente criticaram o tribunal, acusando-o de parcialidade. A polarização intensificou-se, com alguns grupos promovendo vandalismo e ameaças contra figuras políticas opositoras. Líderes da oposição saudaram a decisão como uma vitória para a democracia e a constituição, enquanto o partido conservador aceitou o veredito, pedindo desculpas públicas.
No contexto econômico, a tensão política coincide com desafios externos significativos. As políticas protecionistas do presidente norte-americano Donald Trump colocam pressão sobre Seul, enquanto dúvidas surgem sobre o compromisso dos EUA em deter agressões norte-coreanas. O presidente interino Han Duck-soo garantiu manter a ordem pública e preparar-se contra possíveis crises, mas os analistas temem que a instabilidade política possa agravar dificuldades econômicas já existentes. A campanha presidencial iminente será realizada em meio a uma atmosfera de incerteza, testando a resiliência democrática do país.