O incêndio florestal mais devastador da história da Coreia do Sul destruiu não apenas vidas e paisagens, mas também uma parte significativa de seu rico patrimônio cultural. O templo Gounsa, um marco histórico construído no século VII, sofreu perdas irreparáveis, com a maioria de seus edifícios reduzidos a cinzas. Este desastre natural ameaçou outros locais históricos importantes, levando autoridades a tomarem medidas emergenciais para proteger o que resta.
O fogo arrasador ceifou grande parte do complexo do templo Gounsa, cuja origem remonta ao ano 681. Este incidente catastrófico resultou na perda de dois tesouros nacionais entre outros artefatos valiosos acumulados ao longo de mais de treze séculos. Apesar disso, algumas estruturas permaneceram intactas, incluindo um sino de bronze ornamentado que agora se encontra danificado.
A força do vento, descrita como sendo maior do que a de um tufão, transformou as chamas em um verdadeiro ciclone ardente, consumindo rapidamente todo o terreno circundante. O abade Deungwoon expressou sua tristeza profunda ao ver milênios de história budista literalmente evaporados em poucos momentos. Embora partes do templo tenham sido restauradas anteriormente após outro incêndio em 1975, o nível de destruição atual é incomparável, deixando os residentes locais atordoados e angustiados.
Diante dessa calamidade, o Serviço de Patrimônio da Coreia mobilizou cerca de 750 pessoas para proteger sítios históricos designados. Incluíram-se esforços preventivos como pulverização de água, uso de tecido retardante de fogo, corte de faixas de contenção e remoção de itens históricos sensíveis, como estátuas de Buda. Mais de 1.500 relíquias foram transferidas de templos importantes e residências antigas na região.
No encantador Vilarejo Folclórico de Hahoe, classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial, as autoridades adotaram medidas desesperadas para preservar suas casas tradicionais de telhados de palha localizadas às margens do rio Nakdong. Graças a essas intervenções rápidas, o vilarejo sobreviveu ao desastre enquanto muitos habitantes eram evacuados. Ao longo da história tumultuada da Coreia, o fogo sempre representou uma das maiores ameaças aos edifícios tradicionais de madeira, reafirmando a necessidade contínua de precaução e manutenção dessas preciosas heranças culturais.