O governo dos Estados Unidos reduziu cerca de 12 bilhões de dólares em financiamento federal destinado ao combate da pandemia de COVID-19. De acordo com o anúncio do departamento de saúde de Minneapolis, os fundos foram principalmente utilizados para medidas contra a pandemia, como testagem e vacinação. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) começou a emitir notificações de encerramento na segunda-feira, argumentando que a pandemia chegou ao fim e que continuar gastando seria desnecessário. Essa decisão impactou estados como Washington, Nova York, Illinois e Massachusetts, resultando em cortes substanciais nos departamentos de saúde.
A administração atual implementou medidas drásticas de corte de custos desde sua posse em janeiro de 2023, eliminando programas e reduzindo agências. Sob a liderança de Robert F. Kennedy Jr., conhecido crítico de vacinas, especialistas temem as consequências globais dessa decisão, incluindo um aumento potencial nas infecções por HIV e mortes relacionadas.
Estados norte-americanos enfrentam uma significativa redução no financiamento federal dedicado à saúde pública. Com mais de 12 bilhões de dólares sendo retirados, governadores e líderes estaduais relataram perdas consideráveis. Por exemplo, Washington viu mais de 160 milhões de dólares serem removidos, afetando mais de 200 postos de trabalho relacionados à saúde. Em Nova York, o corte ultrapassou 300 milhões de dólares, enquanto Illinois relatou a perda de 125 milhões de dólares previstos para controle de doenças infecciosas.
Esses cortes não apenas impactam o combate à pandemia, mas também outros programas essenciais. No caso de Massachusetts, os fundos eram direcionados para serviços de saúde mental e tratamento de dependência química. A justificativa oficial é que a pandemia já terminou, embora muitos especialistas discordem dessa visão. Essa decisão levanta preocupações sobre como os sistemas de saúde estaduais lidarão com futuras crises sem esse apoio financeiro crucial.
A decisão de congelar ou retirar financiamento federal pode ter consequências graves além das fronteiras americanas. Especialistas alertam que, sem a restauração desses recursos, o mundo pode enfrentar um aumento alarmante no número de novas infecções por HIV, podendo chegar a 2 mil casos diários. Além disso, há previsões de um aumento de dez vezes no número de mortes relacionadas ao vírus.
O impacto global é amplificado pela posição controversa de Robert F. Kennedy Jr., nomeado para liderar o departamento de saúde apesar de suas críticas públicas às vacinas. Muitos profissionais médicos expressam preocupação com a influência desse tipo de pensamento na política de saúde pública. A ausência de financiamento adequado pode comprometer seriamente a capacidade global de combater outras epidemias emergentes, além de enfraquecer programas existentes de saúde pública. Sem soluções alternativas, a comunidade internacional pode enfrentar retrocessos significativos no progresso alcançado nas últimas décadas.