Um caso que abalou a comunidade da Califórnia chegou ao seu desfecho após um novo julgamento. Jeffrey Ferguson, de 74 anos, foi considerado culpado de homicídio em segundo grau pelo assassinato de sua esposa, Sheryl Ferguson, ocorrido em agosto de 2023. O júri deliberou por cerca de um dia antes de anunciar o veredito. Além disso, os jurados confirmaram uma alegação adicional que pode aumentar a pena do ex-juiz para até 40 anos de prisão. A sentença está marcada para junho. Durante o julgamento, surgiram detalhes controversos sobre as circunstâncias da morte e a defesa tentou argumentar que o disparo foi acidental.
O promotor destacou inconsistências nas versões apresentadas pelo réu, enquanto a defesa apontou falhas na investigação e nos testemunhos. As provas incluíram vídeos e depoimentos contraditórios, levantando questões sobre a intenção do ex-juiz durante o incidente fatal. O caso também trouxe à tona tensões familiares anteriores ao evento trágico, envolvendo o filho do casal.
Antes do fatídico dia, já havia sinais de tensões entre o casal. Um desentendimento surgiu quando Sheryl percebeu que Kevin, filho de Jeffrey de um relacionamento anterior, não enviara um agradecimento esperado por dinheiro destinado aos cuidados de sua filha. Essa questão menor escalou rapidamente, culminando em gestos ameaçadores feitos pelo juiz durante um jantar familiar.
A discussão continuou quando todos retornaram para casa, atingindo um ponto crítico que resultou na tragédia. Durante o julgamento, foram revelados detalhes sobre como essas tensões se acumulavam há algum tempo. Os promotores argumentaram que essas disputas familiares contribuíram significativamente para o estado emocional do réu no momento do crime. Eles enfatizaram que Ferguson estava consciente das consequências legais de suas ações, comparando-se aos criminosos que ele próprio condenara ao longo de sua carreira.
Durante o processo, diversas contradições foram evidenciadas tanto pela acusação quanto pela defesa. A principal divergência girava em torno da narrativa sobre como o disparo ocorreu: acidentalmente ou com intenção. A defesa insistiu que a posição do projétil e a localização do cartucho descartado corroboram a versão de Ferguson de que o disparo foi involuntário.
No entanto, o promotor destacou inconsistências entre as declarações iniciais do réu e seu testemunho posterior, além de questionar a viabilidade técnica de um disparo acidental com a arma utilizada. Testemunhas, incluindo o filho Phillip, forneceram depoimentos contraditórios que complicaram ainda mais o caso. A defesa criticou a abordagem "smorgasbord" da acusação, que alternava entre diferentes teorias de motivação sem oferecer uma linha clara de raciocínio. Apesar dessas complexidades, o júri finalmente chegou a uma conclusão inequívoca.